quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Em Santa Filomena também se produz a cajuína natural e cristalina do Piauí

As vizinhas Raimunda Lira, Flávia Soares, Cleide Lira e o jovem
David Pereira produzem até 100 litros de cajuína por dia
A cajuína, bebida não etílica que faz parte do patrimônio cultural do Piauí, é produzida também em Santa Filomena, em pequena escala e de forma artesanal, portanto sem qualquer investimento nem qualificação profissional, porém de excelente qualidade.

A luta das donas de casa Cleide de Sousa Lira, Flávia de Sousa Soares e Raimunda de Sousa Lira, residentes no Bairro Novo Horizonte, começa logo nas primeiras horas da manhã, com a coleta dos cajus nos arredores do Brejo das Ovelhas, na zona suburbana de Santa Filomena.

Após extraída, a água de caju vai para as bacias, onde se
realiza a clarificação. Depois é coada, engarrafada e cozida
Ao chegar em casa, por volta das 9 horas da manhã, as três vizinhas têm a preocupação de preservar a higiene do local onde vai se realizar o processo, como a limpeza dos recipientes a serem usados. Depois, começam a extrair a água do caju num moinho, com a ajuda do jovem David Pereira.

Do moinho, a água de caju vai direto para as bacias, onde é feita a clarificação do suco, à base de cola, durante quatro horas. Em seguida é filtrada, engarrafada e submetida ao processo de cozimento por um período de três horas. E está pronta a cajuína natural de Santa Filomena, cidade posicionada no sudoeste do Piauí, a 925 quilômetros de Teresina.

Concluído o cozimento, está pronta a cajuína cristalina de Santa
Filomena; se cozer por mais duas horas, vira o Licor de Caju
Além da cajuína, cristalina e saborosa, que pode chegar a 100 litros por dia, as donas de casa não produzem apenas a bebida cantada por Caetano Veloso. Elas – Cleide, Flávia, Raimunda e tantas outras que nesse período se dedicam à atividade – também reaproveitam a polpa do cajú no preparo de doces, licores e outros pratos da culinária piauiense e nordestina. Segundo dona Raimunda Lira, para se produzir 01 (um) litro de cajuína são gastos no máximo R$ 2,00 (dois reais), custos que se referem à aquisição do litro, da tampa e da cola (em pó ou tabletes).

A cajuína está sendo comercializada, em pequena escala, por R$ 8,00 o litro. Já o licor de caju, fabricado a partir da cajuína, após mais duas horas de cozimento, é aparentemente mais escuro e bem mais caro (R$ 15,00), pois contém álcool (cachaça) na proporção de 20% (vinte por cento), que é misturado à cajuína após o esfriamento e, finalmente, engarrafado.

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